Uma reportagem do Estado de S.Paulo, de 27 de novembro de 2020, mostrou que as viagens de bicicleta cresceram mais de 70% na periferia de São Paulo. O texto assinado por Alex Gomes trouxe a contagem do projeto “Transposições Locais – a bicicleta em contextos periféricos”, feita pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo – Ciclocidade e o coletivo de ciclistas Bike Zona Leste, com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo.
O resultado da ação em Ermelino Matarazzo mostrou um aumento significativo do uso da bicicleta na região. Ao término da ação ficou claro o motivo do intenso trabalho desses voluntários que se revezaram no local durante um período de 14 horas: eles registram o fluxo de 1.184 ciclistas.
Em 2016, outra contagem no local com a mesma duração computou 687 ciclistas. Dessa forma, o crescimento das pedaladas na área foi de 72,3%
Nos registros, descrições de entregadores, famílias com crianças, idosos, adolescentes. Muitos pedalavam de forma rápida, outros lentamente. Alguns paravam para saber o motivo de estarem sendo observados.
As iniciativas de contagens de ciclistas ocorrem pelo país desde 2008, com a metodologia criada pela Associação Transporte Ativo, que atua no Rio de Janeiro com a promoção do uso de modos ativos de deslocamento, como a bicicleta e a caminhada.
Além de contabilizar o número de ciclistas que percorrem um local, também são registradas informações complementares sobre quem pedala, como faixa etária, gênero e tipo de bicicleta utilizada.
Ciclo Iguaçu realiza contagem em Curitiba
Todos esses dados podem ajudar o setor público na elaboração de projetos cicloviários. Em Curitiba, por exemplo, a Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu, a Ciclo Iguaçu, realiza uma contagem de ciclistas. No último levantamento, de 2019, por exemplo, mostrou que quanto melhor a estrutura cicloviária, maior o número de mulheres ciclistas na cidade.